segue o ponteiro dos segundos
a roer o tempo indelével
pontual, regular ponteiro
labuta alienado em círculo
de espaço estonteante
segue o ponteiro dos segundos
guarda-mor a apontar
seu dedo ameaçador à
testa do tempo vitimado
segue o ponteiro dos segundos
em sua dança mecânica,
insaciável em sua eterna
conferência regular de
ordem contínua
segue o ponteiro dos segundos...
parco entretanto competente
roçando sóbrio, para a morte,
o transcorrer da duração
vivida irreversivelmente
segue o ponteiro dos segundos
melodioso, ininterrupto à
consciência intuída de
dimensões cíclica e metafísica
segue o ponteiro dos segundos...
martelando a indefinição
da existência de realidade
substancial apreendida
por todos
segue o ponteiro dos segundos
a desenrolar o inapreensível
a indicar o quanto estamos
imersos no que não se pode abstrair
segue o ponteiro dos segundos...
São Paulo, 24 de outubro de 2002
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