fivelas

De boca palerma diante de seus pés seminus
coloquei-me a interrogar
sobre a tenacidade daquela nostalgia:
balançávamos, saltávamos por entre os sons do sorriso.

Descalços, delicadamente corríamos
por entre aquelas pontas de pedras,
tão arbitrárias contra nossa liberdade
sedutoramente infantil.

O júbilo nas curvas róseas dos pés
e na maciez que há
entre os dedos poeticamente estéticos e sensíveis
anuncia a palidez muda
das palavras articuladas pelo som.

A boca palerma e os olhos feito vitrais iluminados,
atentos, dilatados,
captando o passo apressado que há entre as fivelas
e a seminudez daquilo que te apóia tão lindamente.

São Paulo, 01 de março de 2007

Nenhum comentário: