mais um palco de mais uma possibilidade

Surgir no centro
dos mistérios
e esclarecimentos do próprio eu.
Solto no palco,
cercado pelas resultantes do ser em si.
Surgir flutuante
frente as próprias asperezas e
doçuras,
todas desnudadas.
Parecer-se a um átomo
em meio a substância que se desloca
pelos trilhos de uma imposição desconhecida
que, segundo dizem,
é absurda e
onipresente.
Cansar-se de si e de todos,
esvaziar-se encolhido e
solitário.
Surgir no centro entediante,
sendo impossível reverter-se ao avesso
por não haver avesso,
apenas espelhos feito
fogo e neve,
feito toda a verdade que
queima e congela.
Suportar a alegria de viver,
sabendo que tudo é infixável.
Parecer-se a apenas mais um olho confuso,
que reflete o degrade pictorial
de todas as pinceladas indefinidas,
sem acaso ou certezas.
Eis mais uma parte de todas as possibilidades!

São Paulo, 28 de abril de 2004

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