árvore aveludada

Esqueleto de cortiça aveludado
emerge magro de seu túmulo
revestido de esteira.
Suspende imóvel
sua mão alienígena enterrada,
apoiando seus dedos
em bifurcações vegetais
de um silêncio despercebido.
Arranha, agarra docemente
a pluma verde-negra da noite úmida.
Certas vezes chacoalha a cabeleira esguia
seduzindo agentes polinizadores.
Mas hoje é noite e tudo é calmo.

São Paulo, 4 de maio de 2004

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