morango

Semeado em palato celeste,
obsedado por camafeus antenados,
um morango desabitado
cumpre sua metafísica fáustica.

Num decote radial, ao sul da carne,
entronca-se a coroa, na maciez espiral de sua folha.

Não há raízes na elevação do entorno,
apenas este planeta suspenso,
maduro aos olhos do incisivo cálcio.

São Paulo, 03 de abril de 2011

Nenhum comentário: