saia de folhas

Não muito distante,
árvores seguem sua metafísica,
crivando no tempo
suas raízes documentais.
Seu balanço manso e contínuo
contorce a saia de folhas,
alisando a brisa oblíqua
com seu cheiro natural.

Vai fora de mim...
captada por lentes sebosas de miopia...

Dentro, a surdez do mundo
e o fluxo dos ares nos pulmões satisfeitos.

Realmente
uma maravilha cogumelistica aconteceu.

São Paulo, 14 de abril de 2004

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