a Torre

Vigas escorrem derretidas (verdes)
em minhas sensações.
O peito leva um pedaço de alho ardido,
não um coração.
Na mesa,
de nada me serve a calculadora.
A torre faz sombra no tabuleiro do rei xadrez.
O mundo continua essa raiz pós-moderna
em que “os filósofos não dizem nada
que eu não possa dizer”.
Tudo continua sendo possível.
Absolutamente tudo.
E tudo, tantas palavras pra nada...
Melhor mesmo deva
ser
calar a boca,
quebrar a caneta,
secar a tinta.
Mas como calar a mente?


São Paulo, 15 de março de 2004

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