Travessuras repentinas
sob escassas luzes do entardecer.
Vento nu que se veste de poeira
e arrasta seu manto pelas vias
por onde seguem transeuntes apressados.
Varre o chão feito singela brincadeira,
tocando sua marcha convulsa,
em cego rodopio.
Erguem-se as folhas secas,
tão dispersas quanto imperceptíveis.
Não há leviandade ou o que quer que seja,
há sim uma espontaneidade singular
e a sempre desconcertante indiferença.
Pergunto-me, já cansado:
faria diferença
se não houvesse indiferença
nesse mundo que nos toca a todo o instante?
Conchas, 8 de julho de 2004
Nenhum comentário:
Postar um comentário