Foi submergindo nos filetes brilhantes da esfera,
que reconheci a flor das pétalas
e lancei esses sons:
em que parte do tempo,
sentado ao meio fio,
as pétalas teriam amarelado?
Em que canto dos fatos a brisa evaporou?
Em que ínfero o caule e as folhas pagaram caro
por esse silêncio de agora?
E de alguma forma ecoou algo morno da caverna.
Algo naufragou no caminho lácteo desse mistério.
Algo de descaminho...
No gesto leve da delicadeza,
nesse espaço entre meu olhar e o pólen sob o sol,
reside minha insensatez,
minha pupila dilatada de vida,
meu descaminho pelo tatear às cegas o intraduzível.
São Paulo, 11 de janeiro de 2011
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