Dívida

Peri-estático escutava o move-vento acústico de suas entranhas.
Com o mínimo de ar em seus pulmões, podia sentir seu animal-interno ofegante.
Respirar o vôo das maritacas era sua alusão...
(resquício de intervalo entre uma nota brecada e outra).

Lia a noite com a ponta dos dedos-cegos de tanto tocar a Luz:
"Oras... Não sinto minhas entranhas, elas é que pressentem meu espírito".

E quanto desperdício...
Na panela do meu coração frito meus neurônios (a carne-dura das sinapses)...
Entredentes o caldo do pensamento (bile poética de minha musicalidade)...
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Eis...
Dar um 'bend' em meu conforto
para ouvir o que há de música nessa cifra de mistério.

Meu nome é Peri, outro não tenho de cuia...


São Paulo, 30 de março de 2015

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