Tenho a visão das águas!
Corriqueiras,
revestem de chuva o que há de sol,
tornando as aflições que esturricam
em frescor e odores molhados.
As águas nuas,
sempre a despencar em cabeças sonhadoras,
tombam desesperos inteiros
e correm enfim para seus esconderijos submersos.
Seus sons, suas formas enfeitiçam,
sedutoras, minhas atividades primárias e instintivas.
Nas gotículas explosivas
reside algo de artístico e surreal,
transformando calma e lentamente
meu mundo juvenil.
Tenho a visão das águas.
São Paulo, 14 de março de 2007
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